O Carnaval
Chegou o carnaval e com ele a alegria, a fantasia, a
máscara, o samba, os blocos, a bateria, os trios elétricos, os foliões, o
barulho e tudo o que faz do Carnaval brasileiro um dos eventos culturais mais famoso
do mundo. Conhecido por sua beleza e exuberância, a ninguém deixa indiferente
essa expressão de felicidade que o povo brasileiro gosta tanto de mostrar, a
paixão de viver, mascarando a tristeza, embora seja só por uns dias. Todas as
classes fazem parte do jogo, como no futebol, são mais as semelhanças do que as
divergências na manifestação da cor.
As pessoas precisam de se esquecer dos problemas
quotidianos e fazer a fantasia, como dizia o Poeta, para isso foi feito o
Carnaval. Mas é curioso como as manifestações culturais dos países deixam
transluzir o espírito do mesmo. Eu como espanhol que sou, vejo através do
carnaval, um paralelismo notável entre os dois países. Os dois são conhecidos
no mundo, salvando as diferenças, pelas mesmas coisas. No fim, viemos da mesma
mãe, a península ibérica. No entanto, também somos iguais em nossa capacidade
inata de nos auto-enganar, de não querer olhar à realidade mais próxima. O Brasil está nesse momento, como outrora já
viveu Espanha, do caminho ao sucesso econômico, do crescimento do nível de
vida, de ser alguém importante no plano internacional na América Latina. O
Brasil será foco das atenções nos próximos eventos. No entanto, os brasileiros
como os espanhóis, sabem que a verdade é bem distinta. O caminho da ilusão é
complicado. Está cheio de buracos a soterrar, como são as dívidas necessárias
para o tão “desejado” crescimento, a corrupção dos governantes é o pão de cada
dia, o governo está em crise de credibilidade, por não falar da violência e a
pobreza. Inclusive já se está falando de mudanças no caráter brasileiro.
Eu como espanhol apaixonado pelo Brasil, o melhor país
do mundo, quero que mude com inteligência, não com os olhos fechados e
deixando-se seduzir pela ilusão da grandeza. Nisso os espanhóis são expertos.
Alguém pode até me dizer que sou um “desmancha-prazeres”,
mas pelo contrário, é o amor que sinto pelos dois países o que me faz falar
deste modo. É precisamente essa mistura de amor e melancolia, esse sentimento
de quem conheceu a beleza e depois a tristeza de ir embora. É a ilusão do
carnaval de não ser mais triste.
Redação feita por meu aluno: Cesar Cuenca. (04/03/2014)
Análise do filme: “A grande beleza”
Na verdade é um grande prazer que nasçam obras assim com
tanto conteúdo. Obras que retratam uma sociedade que vive sem saber ou sem querer
saber o que é o ser e escravos do parecer.
“A grande beleza” é algo mais do que um filme. É uma
obra de arte. Porque um bom filme é aquele que dum jeito certeiro e equilibrado
nos desenha um retrato sobre as coisas que nos importam também. Como as
consequências de uma guerra, a falta de comunicação de um pai e um filho,
ciúmes, etc.
E “A grande beleza” é mais do que tudo isso. Porque nos fala do ser, do sentido da
existência, do amor. E não do amor passional, senão do amor à vida. A beleza...
Já que a beleza é filha do amor.
“A grande beleza” é uma excelente manifestação. E não
é só um brilhante exercício formal do diretor, é um suntuoso retrato mordaz e
belo duma cidade- Roma- e seu povo. Duma cidade que nega sua agonia procurando
a glória do seu passado, um antídoto ao efêmero do presente.
A Roma dos palácios Renascentistas e Barrocos, de
suntuosas esculturas e formosos cantos, é também a Roma do silicone e da falsa
aparência. A Roma silenciosa e espiritual e a Roma barulhenta e superficial.
E o filme é tudo isto, uma maravilhosa viagem pela
Roma sólida, eterna e imutável, a que permanece dentro de nós e a Roma líquida,
aquela que escorrega por nós, sem transpassar um só poro da nossa pele.
O sólido aparece majestosamente iluminado e o líquido,
que sai retratado pelo cinismo e o nada.
E é nesta viagem, onde podemos nos topar com tudo
isto, simultaneamente um com outro. O existencial frente ao banal. O perdurável
frente ao efêmero, o nutriente frente ao “fast food”.
Como exemplo, destes dois mundos, o sólido e o líquido
podemos ver a mentira de determinada arte contemporânea condenada ao
esquecimento, desde antes de ser, já que nunca foi, porque não emana dum
sentimento, senão duma corrente e se emana, o faz de um vazio, de algo oco. Não
há nada mais que ver a uma menina que ganha milhões vendendo quadros, que pinta
espalhando tinta de maneira acelerada. Uma mulher que se choca contra um muro,
fruto da cegueira com que jogamos com nossa existência. Um lançador de facas que te intranquiliza e
não te envolve nem te emociona. Uma arte “fast food” enfrentado a beleza.
Porque se não há paz, não pode ter beleza. E tudo isto aplaudido por um público,
que faz mais por esnobismo do que por sentimento. Já que para sentir, tem que
ser, e não parecer.
Com este sábio desperdício do líquido, procura ridicularizar
e condenar os aspectos mais hipócritas da sociedade na qual vive a par da luta
para não perder os logros alcançados durante séculos. E o faz, procurando umas
raízes. E o faz metaforicamente, já que aparece uma santa que somente come
raízes, onde ela mesma se pergunta e responde que as come porque são
importantes, porque são sinais de identidade, é um manancial de sabedoria, e
não se pode perder porque nos esvazia e nos fere o ânimo.
Esta bipolaridade que se estabelece entre o sólido e o
líquido permite compreender muito bem o trabalho do Sorrentino. Já que a partir
da perda dos valores, do sentido e da degeneração ética e estética, e possível
achar a beleza. E desde esta, é onde devemos começar a construir um novo modelo
social.
É que a beleza e a experiência desta é um processo que
te aproxima e provoca um sentimento de integridade, vitalidade, amabilidade e
inclusive, me atreveria a dizer que até de ternura. E nos evitaria vazios e
ventos em nosso ânimo.
A beleza reconforta!
Redação feita por meu aluno: Jorge Diaz (13/03/2014)
Nióbio
Redação feita por meu aluno: Jorge Diaz (13/03/2014)
Nióbio
Você já
imaginou um minério com poder para mudar todo um país? Um mineral tão valoroso,
que por si mesmo poderia levar os serviços e infraestruturas públicas até um
patamar de referência internacional? Pois bem meus amigos, esse elemento não é questão
de mágica nem de ficção científica. Esse elemento é o Nióbio. E pasmem! Nosso querido Brasil é o maior detentor mundial
de tão prezado mineral.
Talvez agora
você esteja dizendo a si próprio: “Hum, fiquei
curioso! O que tem esse Nióbio para ser tão valioso?”. O que dá seu valor
ao Nióbio são suas qualidades metalúrgicas,
sendo elas as responsáveis para a criação de superaços e ligas super-resistentes.
Assim, o Nióbio se converte num
mineral de extrema importância para indústrias estratégicas como a aeroespacial,
de foguetes, satélites ou armamentos; além de fabricação de turbinas para
motores a jatos, equipamento médico e outras inumeráveis aplicações com a mesma
relevância.
Neste ponto,
com certeza você está pensando: “Nossa,
que interessante! Mas se isso é verdade, então por que o nosso país não é rico
assim atualmente?”. Infelizmente, ainda que o Brasil fosse bafejado pela
natureza, o governo permite o contrabando e espólio das riquezas naturais do
país. Sendo o caso do Nióbio, um mais
entre outros. De fato, se você pesquisar os preços dos metais no site do DNPM
(Departamento Nacional de Produção Mineral), esse minério nem aparece.
Como é possível
que num país que detém entre 95 e 98% das reservas mundiais desse mineral, que
num país cuja produção estimada no ano 2006 foi de 56.000 toneladas (segundo
dados do governo estadunidense), a estatística aparentemente oficial seja de apenas
515 toneladas (só 1% do consumo mundial)? Como é possível para o governo
brasileiro ter a desvergonha de espalhar esse dado, enquanto o governo americano
afirma ter importado do Brasil 10.500 toneladas nos anos 2006 e 2007, por
exemplo?
Ficou
chocado? Pois ainda tem mais. Segundo essas mesmas fontes aparentemente
oficiais, o minério de Nióbio bruto
era comprado na jazida a 400 reais/quilo (aproximadamente U$ 255/quilo). Se o
Brasil tivesse exportado o mineral a esse preço, o valor anual seria US$
15.300.000.000 (quinze bilhões e trezentos milhões de dólares). Se
confrontarmos essa cifra com a estatística oficial, vocês ficarão horrorizados
ao ver que nela consta o total de US$ 16,3 milhões, ou seja, 0.1% daquele valor.
Voltando para
o primeiro parágrafo do texto, acho que vocês já podem perceber por si mesmo,
como o Nióbio efetivamente poderia
mudar de uma forma radical a situação econômica e social do país. Imaginem só os
benefícios para a população se esse mineral fosse tratado e comercializado
adequadamente pelo governo federal, em vez de ser contrabandeado e seu lucro ir
parar no bolso desses bandidos.
Eu só peço
para vocês refletirem e tomar consciência sobre o saqueio que diariamente sofre
o Brasil. Não é só o caso do Nióbio.
Vocês com certeza já conhecem outras tantas questões semelhantes de desvio de
dinheiro de verbas públicas ou corrupção política e judicial. No entanto, quase
ninguém faz nada para lutar pelos seus direitos, embora que o poder para
reverter essa situação, na realidade, recai em nossas mãos. A responsabilidade
para mudar tudo e jogar essa corrupção para fora é só do povo brasileiro.
Acorda Brasil!
Redação feita
por meu aluno: Antonio Suarez (22/03/2014)
A linguagem e o ser humano
A ferramenta mais importante que o ser humano tem, é a
linguagem.
Ao contrário do que a grande maioria dos antropólogos
pensa, esta ferramenta imaterial é a que nos fez humanos de fato. A natureza,
na sua imensidade e diversidade, criou este instrumento para que os animais e
as plantas pudessem se comunicar, se expressar e descrever emoções. É o que se
chama de função descritiva e informativa da linguagem que é tão necessária para
o desenvolvimento da vida e a educação das espécies. É necessário que a
mensagem chegue ao outro para sobreviver. Mas no caso do “macaco pelado” a
mensagem chega mais além. Foi o animal escolhido pela natureza para levar
consigo uma função extra da linguagem, essa função que precisava a mãe natureza
para se conhecer a si mesma e saber que ela existia e estava viva. O universo
tomou consciência de si mesmo, através desta função da linguagem, que só nós,
os humanos temos. A função argumentativa e crítica da linguagem, ou que é o
mesmo que, contar histórias. Contar histórias é tão natural em nós como a vida.
É uma capacidade inata e herdada geneticamente. E foi precisamente isso o que
mudou o mundo. Os homens sempre contaram histórias para explicar os
acontecimentos do mundo que habitam, principalmente através dos mitos. E é
nessa confrontação das histórias com a realidade, de aceitar ou não a verdade
dessas histórias, que nasceu o método científico. A crítica feita às histórias
que nos contaram permitiu conhecer, com o passar do tempo, os segredos do Cosmo.
Porque a verdade é só uma e é autônoma, está aí fora, e nós vamos descobrindo-a
pouco a pouco. O método científico não está confrontado com a dimensão
espiritual ou com as religiões, tudo ao contrário, confirma a grandiosidade do
universo que habitamos. Esta função da linguagem é a que nos distingue dos
robôs e permite levar as ideias do mundo imaterial ao material. Isto não é uma coisa maravilhosa?
Redação feita por meu aluno: Cesar Cuenca (24/03/2014).
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